A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo ganho e acúmulo excessivo de peso no organismo. Ela pode levar a várias complicações, inclusive à morte. Para ser submetido à cirurgia, o obeso precisa obedecer e se enquadrar em parâmetros definidos de comorbidades e IMC.
A indicação de cirurgia se dá nos pacientes com IMC >40 kg/m2 (independente de comorbidades) e naqueles com IMC > 35 kg/m2 com comorbidades (relacionadas abaixo).
As cirurgias podem ser restritivas, disabsortivas e mistas. As cirurgias restritivas diminuem a capacidade do estômago e com isso o paciente ingere uma menor quantidade de comida. A Gastrectomia Vertical (Sleeve Gastrctomy) é o exemplo mais utilizado dessa técnica e consiste na retirada de aproximadamente 85% do estômago; o trânsito intestinal não sofre alteração, assim como a fisiologia de esvaziamento. Não há diminuição de absorção de nutrientes com essa técnica e a perda de peso esperada é de 30-40% do peso inicial. Nessa cirurgia é retirada a porção do estômago que produz o hormônio responsável pela fome (Grelina).
Outra técnica utilizada é a mista (Bypass gástrico): o estômago é reduzido a aproximadamente 10% da sua capacidade (fica em torno de 20 a 40 mL) e ocorre um desvio do trânsito no intestino delgado (deixando ele mais curto), diminuindo a absorção de nutrientes e levando à liberação dos hormônios que acarretam saciedade.
Geralmente os pacientes ficam internados por dois dias e em uma semana já retomam as suas atividade normais.
O mais importante para o paciente que pensa na cirurgia de obesidade é ele ter ciência de que a mudança dos hábitos de vida e alimentares é essencial para o sucesso do procedimento. A cirurgia sozinha não irá garantir o resultado esperado e deve ser vista como um estímulo inicial para a perda de peso e mudança dos hábitos de vida e alimentares.
A classificação da obesidade é de acordo com o IMC =(Peso/altura²).
O aumento de peso atualmente está divido em:
18,5-24,9 – IMC adequado
25,0-29,9 – Sobrepeso
30,0-34,9 – Obesidade Grau I
35,0-39,9 – Obesidade Grau II
≥ 40,0 – Obesidade Grau III
Resolução n° 2.131/15 acrescenta outras doenças associadas à obesidade como depressão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva, infertilidade masculina e feminina, entre outras.
O CFM – Conselho Federal de Medicina – publicou hoje no Diário Oficial da União a Resolução n° 2.131/15 que aumenta o rol de comorbidades para indicação de cirurgia bariátrica em pacientes com índice de massa corporal entre 35kg/m² e 40kg/m². O novo texto altera o anexo da Resolução n° 1.942/10 e acrescenta outras doenças associadas à obesidade como depressão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva, infertilidade masculina e feminina, entre outras.
Além das comorbidades, a Resolução também apresenta alterações na idade mínima para a realização da operação. Antes pacientes entre 16 e 18 anos podiam fazer a cirurgia, desde que a relação custo/benefício fosse analisada.
Agora, foi acrescido ao texto a presença de um pediatra na equipe multidisciplinar. Em menores de 16 anos, a cirurgia será permitida somente em caráter experimental e dentro dos protocolos do sistema CEP/Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa).
Outro ponto da nova Resolução é a indicação de técnicas cirúrgicas, valendo para a banda gástrica ajustável, a gastrectomia vertical, derivação gastrojejunal e Y de Roux e cirurgia de Scopinaro ou de ‘switch duodenal’. Qualquer outro tipo de cirurgia passa a ser considerada como experimental e para ser realizada necessita de aprovação de estudo específico junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
Agora, além de comorbidades como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronária, osteoartrites, consta na nova resolução a inclusão de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação), asma grave não controlada, osteoartroses, hérnias discais, refluxo gastroesofageano com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática, incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmatização social e depressão.
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